sábado, 30 de maio de 2009

Objetivos e objetivistas

Sort of rambling visions being rambled babbled through text. Vou aproveitar a pós bebedeira pra escrever.

Agora que percebi que o ícone do gmail é uma animação. Me peguei procurando o que que tava se mexendo na aba do Gmail, e depois de minutos de observação, era isso.

"Agora" é uma palavra legal. Denota o momento presente, o... tam tam tam tam... agora haha. Não ágora. Ágora é outra coisa.

O legal de encontrar textos, escritores, palestras com idéias semelhantes às nossas é que isso mostra que de alguma forma a gente não tá sozinho. Um dos poderes da internet é isso, conectar gente. Não só através de um add no orkut, mas através do compartilhamento de pensamentos, de formas.

E aí vem as formas não definidas, não cristalizadas. Essa maneira descompromissada de expressar o pensamento. E o blog é a mais forte delas. Pode ser um perigo, mas em geral se mostra uma ferramenta excelente de compartilhamento de visões de pessoas.

Uma palestra legal que fala disso é a da filósofa, poeta e cantora fracassada, segundo ela mesma, Viviane Mosé. Moisés? É uma palestra sobre Nietzsche no ótimo, mas mal localizado na grade de programação, Café Filosófico, cujo cenário parece ser alguma livraria1.



Muito interessante e divertida a maneira como ela coloca o niilismo, e daquela coisa de "mais fácil um camelo passar por dentro de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus".

Legal também a visão sobre o auto-desenvolvimento e o aperfeiçoamento do ser humano que é feito dia a dia, e para ele mesmo, para viver o eu. Visão essa compartilhada pela Ayn Rand, que apesar de tê-lo estudado, nega a admiração, citando apenas Aristóteles.

Aqui uma entrevista interessantíssima dela2. Muito bem colocados os pontos dela. Discordo de vários, principalmente sobre o papel do Estado, e a falta de solidariedade. Mas concordo com o louvação, desdenhada pelo entrevistador, do empreendedor (chamado de industrialista), daquele que inova e leva a sociedade pra frente, motivado por razões egoístas ou não. Mas com a fábrica do pai destruída pelos socialistas, abandonada pelos pais, fugida da Rússia socialista, não esperaria visões diferentes dela.


















Mas ao mesmo tempo que o pensamento Randyano ou Objetivista se aproxima de Nietzsche no aperfeiçoamento, destoa dele em outros. E na verdade, o próprio pensamento de Nietzsche parece se contradizer, quando fala não em buscar um ideal, mas em melhorar dia após dia.

E o sucesso pode ser mesmo intencional ou não. Temos muitos exemplos de pessoas que faziam certas atividades por gosto ou por outros motivos e a coisa acabou crescendo e dando bastante certo. Mesmo esse texto, que se tornou esse mini-tratado sobre metas, tempo presente e progresso começou como uma distração de ressaca.

Mas o empreendedorismo, mesmo que de forma limitada, depende de metas. Não quer dizer que o Asa Candler sabia exatamente onde a Coca Cola ia chegar em 2009. Certamente tinha devaneios, como eu e todo empreendedor deve ter, de sonhos grandes de onde o produto ou a empresa pode chegar. Mas isso é longe de dizer que isso era um objetivo, uma meta, com estratégia e cronograma. Mas ele tinha na cabeça o passo seguinte, que era vender aquela remessa da Coca Cola que tava guardada no galpão. Assim como o pintor tem o passo seguinte, que é terminar de pintar essa tela.

E talvez assim a contradição termine, quando se extende esse conceito do agora, do presente momento pra a visão de presente projeto.

Essa mudança de visão, de quebra do ideal foi presente na minha vida também, quando eu imaginava que as coisas iam vir numa tacada só, ao invés de passos dados dia a dia em direção a um objetivo.

1 - Café Filosófico da TV Cultura: imperdível
2 - Ayn Rand & Mike Wallace - Entrevista legenda em Português

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