sexta-feira, 11 de abril de 2008

Senado ou presidência

Quando criando um programa, fiquei em dúvida quanto a fazer um programa em um serviço do Windows ou em ícone na bandeja

Eu sempre tive uma abordagem minimalista e simplificadora dos problemas de software e nunca me agradaram ter que encher a tela de coisas. Quanto menos coisas, mais foco.

Antigamente isso era um problema no 95, quando os ícones não usados continuavam aparecendo, e o que se tinha era uma bandeja de sistema de 2 metros. Mas agora no XP, todos os ícones não usados são automaticamente escondidos, o que ajuda bastante o usuário a ter mais espaço e não se distrair com milhares de ícones coloridinhos. O que pode atrapalhar também são as cores, que não podem ser extremamente chamativas, como roxo, vermelho rubi, verde limão, amarelo.

Esse problema não afeta softwares feitos sem qualquer objetivo de divulgar a marca do criador. Quando se é um programa sem fins lucrativos, como os softwares livres, a intenção é mesmo que ele não apareça e somente faça o seu trabalho. O que também não condena que alguns softwares livres façam sua propaganda básica pra espalhar a palavra e quando alguém vier respirar no seu pescoço, perguntar "Que software legal é esse?".

Ao mesmo tempo, o software não quer desaparecer na miríade de coisas que o usuário tem que fazer. Se for um software comercial, ao mesmo tempo que quer fazer o seu trabalho, também quer divulgar a marca do fabricante e a do próprio software, para gerar buzz e novos negócios.

Esses objetivos de marketing também é a mesma causa pela qual se criam trocentos atalhos no menu iniciar com dois metros de comprimento. "Fabricante > Power Mega Plus 3.431 beta > Iniciar o software de gerenciamento de inicialização do agente Power Mega Plus 3.431 2008 beta". Mesmo o Google, que tem por lema a simplicidade e a transparência, também usa de propaganda aqui e ali pra divulgar seus softwares. O Google Web Accelerator é um caso típico. É um software pequeno, que tem utilidade discutível hoje em dia (acelerar o carregamento das páginas), mas que ocupa lugar no canto do seu Firefox e na bandeja de sistema.

Tem que se achar um equilíbrio entre aparecer para divulgar, mas não aparecer demais para não atrapalhar o usuário. Não é uma fórmula matemática. Nessas horas o que vale é o bom senso. Mas vale fazer a pergunta: "Como eu me sentiria na situação do usuário?".

É mais ou menos quando uma ação é feita pelo Senado/Câmara ou pela Presidência. Quando é feito pela Presidência, todos sabem quem foi, foi o Lula/FHC, etc. Quando é pela Câmara (digitei "Câmera" duas vezes), é uma entidade difusa, sem "cara". Ou seja, quando amam ou odeiam, pode ser alguém ou pode ser ninguém. Se hoje fosse aprovado um abono obrigatório de R$1.000,00 no seu salário e ele fosse aprovado pelo presidente, você provavelmente exclamaria: "Obrigado Lula". Já se fosse feito pela câmara, você exclamaria: "Todo mundo pra pizzaria, hoje!". A mesma coisa com a diferença serviço do sistema/item da bandeja.

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